Produtores se preparam para mundo pós-petróleo

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De olho no futuro. Riad, capital da Arábia Saudita. País lançará esta semana fundo de US$ 2 trilhões para reduzir a dependência da economia do petróleo – Waseem Obaidi / Bloomberg

Com a drástica queda do preço do petróleo nos últimos dois anos, países dependentes da commodity já começam a traçar estratégias para diversificar suas economias. Querem não apenas ampliar as fontes de receita dos Estados — com déficits crescentes devido à menor arrecadação com o produto — como buscar soluções de longo prazo para a era pós-petróleo. As medidas vão desde a criação de fundos soberanos — como o da Arábia Saudita, que será anunciado esta semana e poderá chegar a US$ 2 trilhões — a corte de subsídios para combustíveis e estímulos para setores inovadores, como no Kuwait e na Noruega.

O plano mais ousado é o do governo saudita. Nos últimos meses, o príncipe Mohammed bin Salman tem se reunido com funcionários de alto escalão para estruturá-lo e aprimorá-lo. O plano final será divulgado esta semana. São várias ações que buscam elevar em US$ 100 bilhões por ano a receita da Arábia Saudita a partir de 2020.

Esse foi o tamanho do rombo nas contas públicas do reino em 2015, um recorde.Entre as medidas estão o corte de subsídios, especialmente à gasolina, — o que deve permitir arrecadação de US$ 30 bilhões por ano — e a criação de tributos sobre itens de luxo e energia. Estão previstas ainda a criação de uma taxa a ser paga por estrangeiros residentes no país e a permissão para que empresas contratem mais estrangeiros, além da cota oficial, mediante outras taxas.