Produção de grãos cresce em MT, mas falta armazéns

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Atualmente, pelos dados oficiais, Mato Grosso consegue armazenar pouco mais de 36 milhões de toneladas de grãos. Isso significa que mais de 40% do que é retirado do campo não tem onde ser colocado.

Em Mato Grosso, a colheita de grãos cresce em ritmo acelerado, mas falta armazéns. Em 2008, a produção no estado era de 26 milhões de toneladas e, no ano passado, chegou a 61 milhões de toneladas, aumento de 135%. Mas a capacidade de estocagem estática não acompanhou esse salto: cresceu 60% no período.

Atualmente, pelos dados oficiais, Mato Grosso consegue armazenar pouco mais de 36 milhões de toneladas de grãos. Isso significa que mais de 40% do que é retirado do campo não tem onde ser colocado.

Em Diamantino, o agricultor Erny Parisenti teve que usar 150 silos temporários, os chamados “bags”, para armazenar 500 mil sacas de milho e teme que eles sejam perfurados por ratos aves.

O bag é descartável, só pode ser utilizado em uma única safra. Para Erny, o custo fica em mais ou menos R$ 1 por saca de milho.

Crédito escasso

Um dos principais entraves para o aumento da oferta de armazéns estáticos é a dificuldade de acesso ao crédito. O movimento pró-logística de Mato Grosso defende que os bancos aceitem o próprio armazém como garantia do financiamento.

O agricultor Claudecir Pavlack conseguiu um empréstimo e investiu R$ 3,6 milhões na construção de um armazém. Agora consegue guardar 100% da soja que colhe e até 80% do milho. “Você consegue armazenar o produto e vender melhor”, diz.

Mato Grosso tem 2,2 mil armazéns, 77% pertencentes a cooperativas, empresas e prestadoras de serviço. Os produtores são donos de 22% e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de menos de 0,5%.

Fonte: G1