por Erik Azevedo
Muita gente está eufórica com as propagandas à respeito do pré sal, tudo é muito bom sob a ótica de políticos e órgãos que vivem de taxas e tem uma multidão de servidores, além de uma massa de pessoas que não faz ideia que cada parafuso levado até os campos em mar aberto que estão à dezenas de milhas da costa envolve um custo elevadíssimo, e por isso qualquer empresa de petróleo que se aventure, seja ela privada ou estatal, irá necessitar de um capital que hoje não dispõe, e sim os bancos. Este é o calcanhar de Aquiles de tudo, pois sem o financiamento ou a inadimplência nos empréstimos, toda a cadeia sofre as consequências, inclusive nós tripulantes.
Mais uma vez o “custo Brasil” mostra sua face, falta de regras e regulação adequada ao setor que envolve um grande conjunto de repartições governamentais que estão preocupadas apenas em sugar e emperrar o desenvolvimento, falta de planejamento a longo prazo aliada há uma infra estrutura deficiente no setor, podem comprometer até mesmo o desenvolvimento de novos projetos. Para o empresário estrangeiro o Brasil é apenas mais um lugar em que podem enviar suas modernas frotas, é preciso ter muita atenção quanto à isso, outros países também tem exploração petrolífera em expansão, como Angola, Sudeste Asiático, Austrália, e agora até o México pode quebrar o monopólio da Pemex – Estatal Mexicana de Petróleo – com isso novos mercados para frotas surgem e os valores de diárias de afretamento idem irão valorizar, e para um país que concentra sua cadeia toda em praticamente uma única empresa pode ser muito arriscado.
Este mercado vive de ciclos, e o tripulante precisa ter consciência e adaptar se quando necessário, um marítimo precisa ser como um camaleão, nossa habilitação é internacional. Hoje temos trabalho aqui, na maioria dos casos em empresas estrangeiras, estas mesmas podem ir ou voltar, seguindo o lucro, mas a mão de obra pode mudar de nacionalidade assim como mudam bandeira de embarcações ou os escritórios.
Portuguese
English
French
German
Spanish