Praticagem de São Paulo com novo presidente

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Rodrigues aposta na manutenção do nível do serviço prestado pelos práticos

A Praticagem de São Paulo tem um novo comando. O atual vice-presidente, Claudio Paulino Costa Rodrigues, assumiu a presidência da entidade que reúne os práticos – profissionais que orientam as manobras de entrada e saída nos portos de Santos e São Sebastião. Ele permanecerá no cargo por dois anos. Rodrigues substituiu Paulo Sérgio Barbosa, que esteve à frente da Praticagem pelo mesmo período. Ele foi escolhido pelos 51 sócios da entidade em chapa única.

 

Entre as prioridades do novo presidente, está o aprimoramento das operações do Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego (C3OT), inaugurado em setembro. O C3OT é o local onde estão concentradas as informações do monitoramento, por câmeras de alta definição, da Baía de Santos e de todos os acessos aquaviários ao Porto. Lá, também há a medida da velocidade e da direção das correntes marítimas no canal do estuário, da altura das ondas e da intensidade dos ventos e, ainda, a verificação da visibilidade na região para a navegação. Antes, esses dados eram apenas projetados por meio de modelos matemáticos. Agora, passam a ser coletados, em tempo real, por uma rede de sensores espalhada por todo o cais santista e que estava sendo testada desde o semestre passado.

 

Em 2015, a Praticagem vai estudar a compra de dois sensores de corrente e visibilidade que poderão ser usados no C3OT. Além de implantar melhorias na sala, que fica no prédio da entidade, na Ponta da Praia, Rodrigues pretende disponibilizar informações obtidos pelo sistema para comunidade. Dados históricos do padrão de ondas, correntes, visibilidade e variação de marés estão entre os itens que poderão se tornar fonte de estudos na Baixada Santista. “Com eles, será possível formar históricos e compilar modelos para eventos futuros”, explicou o novo presidente da Praticagem. Além disso, Rodrigues aposta na manutenção do nível do serviço prestado pelos práticos. Segundo ele, isso só será possível através da qualificação dos profissionais. Então, a ideia é oferecer cursos de capacitação para a categoria durante a sua gestão.

 

Manter o bom relacionamento com a Autoridade Marítima e com a Autoridade Portuária também está entre as metas do novo presidente. Capitania dos Portos de São (CPSP) e Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) são as principais entidades ligadas aos práticos.Outro plano é fazer melhorias no estaleiro da Praticagem e adquirir uma nova lancha, caso haja demanda nos próximos dois anos. No entanto, tudo dependerá dos levantamentos da Comissão Nacional para Assuntos de Praticagem (CNAP), que estuda os preços praticados pela entidade.

 

Custos

 

Apontadas como fator que encarece os custos para o comércio exterior brasileiro, as tarifas de praticagem cobradas nos portos terão corte de até 70%, segundo proposta apresentada pelo Governo para os complexos portuários de Santos, São Sebastião, além dos estados do Espírito Santo e da Bahia. Os preços variam conforme o tamanho do navio (seu volume interno, indicado pelo valor da arqueação bruta), o tipo de carga e a distância a ser percorrida pela embarcação sob a orientação do prático (um cargueiro que for atracar na entrada de um porto pagará menos do que se tivesse com o destino uma área no interior do complexo). “O que falta para essa questão é eles (o Governo Federal) se conscientizarem que querem resolver um problema que não existia antes. Se isso se concretizar, teremos que repensar o nosso plano de investimentos para os próximos anos e isso vai impactar na qualidade do serviço que prestamos. Só nos resta esperar”, destacou Rodrigues.

 

Segundo ele, os estudos da CNAP apontaram que a Praticagem de São Paulo necessita apenas de quatro computadores e duas impressoras como estrutura de equipamentos. Manter a profundidade do canal de navegação do Porto de Santos é o maior desafio do governo no setor portuário, na visão de Rodrigues. Já para a iniciativa privada, ele aponta a necessidade de melhoria da eficiência operacional, que poderá agilizar as manobras de atracação e desatracação no cais santista.


LEIA O ESPECIAL ” AS PRATICAGENS NO BRASIL E NO MUNDO” PRODUZIDO PELA REVISTA CONEXÃO MARÍTIMA