Portos do Atlântico III

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Terminal de derivados de petróleo do Puerto Dock Sur. do Porto de Buenos Aires

Em Buenos Aires também se fazem grandes projetos. O porto argentino de La Plata anunciou em maio “a obra portuária mais importante dos últimos 100 anos”, avaliada em 385 milhões de dólares (aproximadamente 873 milhões de reais), mediante a inversão de capitais públicos e privados. O objetivo da ampliação é captar a carga que atualmente vai para o Uruguai. Os interesses do Porto de Buenos Aires também estão sendo protegidos. Em novembro do ano passado, o Governo argentino decidiu proibir a chegada de barcos argentinos aos portos do Uruguai e obstruiu a passagem das barcaças paraguaias que transitam pelo Rio Paraná até os terminais uruguaios.O subsecretário de Portos da Argentina, Horacio Tettamanti, não fez mistérios sobre suas intenções: “há quem teve a alucinação, no Uruguai, de pensar que iriam avançar sendo o centro logístico do Cone Sul e que a Argentina iria ficar olhando (…) Nós queremos deixar bem claro que vamos matar ou morrer e que vamos dar tudo que pudermos para que a Argentina seja um dos países marítimos mais importantes do mundo”. Essas declarações provocaram um grave incidente diplomático com o Ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, que acusou Tettamanti de ser inimigo de seu país.

Argentina tem ainda outro projeto que poderia ser o golpe definitivo para o Porto de Montevidéu. Em junho, o Governo de Buenos Aires abriu um concurso para a construção de um novo canal de navegação no Rio da Prata que passaria exclusivamente por sua ribeira e seria a melhor rota para escoar soja, trigo, sorgo, madeira e outros produtos para o Atlântico. A obra terá um custo de 307 milhões de dólares (cerca de 696 milhões de reais).