Portos ainda precisarão discutir seguros para mudanças climáticas

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O superintendente de desempenho, desenvolvimento e sustentabilidade (SDS) da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), José Renato Ribas Fialho, disse, na segunda-feira (22), que a contratação de seguros de operação e de infraestrutura já são de difícil contratação no mercado brasileiro e que a questão do seguro para mudanças climáticas será tema importante para ser tratado com política pública nos próximos anos, com participação da agência reguladora nas discussões. Ele explicou que a agência regula e fiscaliza a presença e contratação de seguros pelas autoridades portuárias públicas.

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Fialho ressaltou que o resultado dos dois eixos do estudo “Impactos e Riscos da Mudança do Clima nos Portos Públicos Costeiros Brasileiros”, parceria da Antaq com a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, será apresentado para a formulação de políticas públicas e que a etapa seguinte do estudo, aprofundando com os portos de Santos (SP), Aratu (BA) e Rio Grande (RS), servirá de subsídio.

“O seguro para instalações portuárias, de forma geral, já não é fácil de conseguir. Se tratar de mudanças climáticas, será mais complicado ainda. Tem que ser tratado pelas várias esferas de governo nos próximos anos para que o mercado possa fornecer esse tipo de solução para os terminais portuários”, disse Fialho durante o lançamento do estudo.

O gerente de desenvolvimento e estudos (GDE) da Antaq, José Gonçalves Moreira Neto, acrescentou que cabe aos atores envolvidos buscar a otimização da solução da questão desse seguro. Ele contou que nenhum dos 21 portos que participaram do estudo relatou que adotava seguros específicos para impactos climáticos. “Do ponto de vista econômico-financeiro, é uma preocupação grande e pode ser alvo de uma regulação mais ativa da agência”, disse Neto.

A Antaq percebeu que poucos portos implementaram medidas de adaptação para mitigar os efeitos das mudanças no clima. O estudo concluiu que as principais medidas adotadas pelos portos nacionais são a implementação de monitoramento meteorológico contínuo nos portos, a abordagem da mudança de clima no plano estratégico do porto e a realização de reuniões para discutir adaptação. Ainda assim, essas medidas mais comuns não passam de 30% dos portos estudados. “Apresentamos um diagnóstico consistente da temática para o país. Esperamos que seja utilizado pelas autoridades portuárias e pelo governo em suas políticas para incorporar o tema no sistema portuário brasileiro”, disse Neto. 

https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/portos-ainda-precisarao-discutir-seguros-para-mudancas-climaticas

 

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