Polêmica : “Rio Grande não é um bom local para investir”, diz empresário de Portugal

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Não teve boa repercussãoa entrevista do empresário Lino Vinhal ao jornal Região de Águeda, de Portugal, no dia 16 de janeiro. Na ocasião, ele disse que Rio Grande era um péssimo lugar para se investir tendo em vista, sua fracassada tentativa de manter na cidade uma escola técnica.

 

Vinhal é natural do Rio de Janeiro, e mora em Águeda desde 1975. Atualmente possui um escritório que opera com exportações e importações no Brasil. Na publicação, ele fala sobre seu tempo em Rio Grande e na suposta falta de apoio das autoridades locais. Ainda classificou Rio Grande, erroneamente, como a última cidade do Brasil.

 

Em novembro de 2012 uma comitiva de Rio Grande liderada pelo médico Juarez Molinari, citado por diversas vezes tanto pelo jornalista português quanto pelo empresário, esteve em Águeda para explorar oportunidades de cooperação entre as duas cidades, encontrar oportunidades de negócio e promover encontros interculturais. “O que ele está tentando fazer é desmerecer a nossa cidade. O que ele diz na entrevista não é real. É só percorrer outras cidades e ver o que falam de Rio Grande”, afirma o médico.

O cônsul honorário de Portugal na cidade, Joaquim Vaz Godinho também se pronunciou a respeito da entrevista: “Não consegui vislumbrar objetivo algum do senhor Lino Vinha em tal entrevista, até porque o mesmo desrespeitou totalmente a cidadania brasileira, a cidade onde viveu e sustentou-se por, no mínimo três anos (Rio Grande), e, empresarialmente, até ofendeu a todos os empresários e trabalhadores desta cidade”. O cônsul ainda pede que as entidades de classe locais busquem uma retratação sobre este fato, até judicialmente, caso seja necessário.

Sobre a relação entre as cidades de Rio Grande e de Águeda, segundo Molinari, não há motivos para preocupação. “Essa entrevista não tem nenhuma relação com as duas cidades. O prefeito de Águeda esteve recentemente no Brasil, trouxemos um termo de parcerias na visita que fizemos a cidade. A relação é muito boa”, conclui ele.

 

Leia alguns trechos da entrevista publicada nesta semana no jornal Região de Águeda

 

Foi um processo fácil e simples a criação dessa escola em Rio Grande?

Não. Hoje não voltaria a fazê-lo, porque Rio Grande é final de linha. Está muito distante do verdadeiro Brasil.

 

Não pode Rio Grande constituir uma porta de entrada noutros mercados?

Está a referir-se ao Mercosul, mas isso não existe. Só existe no papel. Rio Grande é a última cidade do Sul do Brasil. Está muito distante, está a duas horas e meia de avião de São Paulo. Rio Grande não é um bom local para se investir.

 

Molinari falava em Águeda do facto de Rio Grande ter o maior porto do Brasil…

Isso não chega… Rio Grande tem o segundo maior porto do Brasil e tem muitas empresas ligadas a esse sector, tirando esse sector portuário não mais indústria. Empresas do sector metalomecânico não existe em Rio Grande.

Apesar de políticas menos favoráveis, defende que o Brasil é um país a apostar?

Sim, o Brasil sim. A burocracia é muita, mas penso que em locais como Rio de Janeiro, São Paulo ou o norte do país é um local a apostar.

Teve algum apoio ou algumas vantagens quando criou a escola em Rio Grande pelo facto das duas cidades estarem geminadas?

Não tivemos apoio algum da parte das autoridades de Rio Grande, a não ser o bom convívio que tínhamos com o prefeito Fábio Branco, que nos ajudava naquilo que podia, mas em termos de terrenos ou ajudas monetárias não tivemos qualquer apoio.