PF acusa Petrobras de poluir mar com resíduos de extração em plataformas

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A Polícia Federal acusa a Petrobras de despejar no oceano toneladas de resíduos tóxicos resultantes da operação de extração de petróleo de plataformas marítimas sem nenhum tipo de tratamento. Inquérito da Divisão de Crimes Ambientais da PF no Rio concluiu que a empresa não respeita a legislação sobre o tratamento e o descarte da água tóxica – chamada de “água de produção” ou “água negra” -, que se mistura ao óleo prospectado nas unidades marítimas de produção.

Para o delegado Fábio Scliar, responsável pelo inquérito, as investigações mostraram que a Petrobrás é “leviana” no tratamento de resíduos da extração petroleira. A fiscalização a cargo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é ineficaz, segundo a PF.

O delegado comparou os danos ambientais provocados pelo descarte irregular aos do vazamento de óleo do Campo de Frade, da empresa americana Chevron, na Bacia de Campos, no ano passado.

“O impacto é 300 vezes maior do que o vazamento da Chevron em 2011. O negócio vem desde que há exploração de petróleo no Brasil”, afirmou Scliar. “Essa água negra é descartada há décadas no oceano sem o tratamento adequado. E não há fiscalização qualquer. Isso é um segredo nacional de décadas”, disse o chefe da Divisão de Crimes Ambientais.

A água negra é uma mistura de água do mar com óleo, graxa e inúmeras substâncias tóxicas, como os metais pesados bário, berílio, cádmio, cobre, ferro, e até radioativas, como estrôncio-90 e bismuto-214, entre outros. O caso foi revelado em reportagem publicada no site da revista Época.

De acordo com as investigações da PF, a Petrobrás informou que 99% da água de produção extraída junto com o petróleo são tratadas nas próprias plataformas marítimas. O inquérito ressalta, no entanto, que nem todas essas unidades contam com estações de tratamento. Segundo a PF, apenas 29 das 110 plataformas têm capacidade de limpar do líquido tóxico antes de seu retorno ao mar.

LEIA A REPORTAGEM COMPLETA DA REVISTA ÉPOCA