Petróleo eleva receita das cidades e muda paisagem do norte do Rio

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Praia Costa Azul, em Rio das Ostras, norte do Rio, que foi revitalizada com o dinheiro dos royalties do petróleo

Por LUCAS VETTORAZZO DO RIO / Folha de São Paulo

Com a enorme quantidade de investimentos nas cidades do norte fluminense, as oportunidades de negócios se multiplicam e estão em curso empreendimentos para os mais variados públicos.

Na divisa de Macaé com Rio das Ostras, está sendo erguido um condomínio residencial da grife Alphaville, com casarões de luxo.

Empreendimentos como esse estão sendo beneficiados por melhorias. Rio das Ostras, que havia entrado em decadência nos anos 80 e 90, hoje tem seus espaços públicos revitalizados com dinheiro dos royalties do petróleo, como na praia Costa Azul.

 

A cidade é usada como dormitório por funcionários da indústria do petróleo e abriga os primeiros 500 lotes entregues do condomínio Alphaville Rio Costa do Sol, vendidos em duas horas. Os 1.200 lotes já estão com seus proprietários garantidos.

Por conta da perspectiva de aumento da população em geral, há empreendimentos também para o público de menor renda.

Às margens da Linha Azul, via expressa que leva ao bairro industrial de Macaé, a construtora MRS está erguendo quatro prédios para o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

A empresa, especializada no segmento popular, constrói 2.570 apartamentos em sete empreendimentos diferentes nas cidades de Macaé, Rio das Ostras e Campos.

HOTÉIS

Existe também maior demanda por empreendimentos hoteleiros. Para esse setor em São João da Barra, o porto do Açu, ainda em construção, já é uma realidade.

Não há hotéis na cidade e os executivos e os empresários têm utilizado a estrutura de pousadas como moradia provisória.

O dono da Pousada Rei Sol, Fernando Xavier, 71, está deixando o escritório de advocacia que mantém no Rio há décadas para se dedicar exclusivamente ao negócio.

Em 2004, o movimento não dava conta de ocupar os seis quartos disponíveis. Xavier chegou a pensar em fechar o estabelecimento quando o primeiro hóspede da então desconhecida LLX, empresa de logística do empresário Eike Batista, que constrói o porto do Açu, chegou.

O proprietário passou a receber como hóspedes fixos funcionários bem posicionados das obras portuárias.

Xavier investiu e hoje sua pousada tem 25 quartos com TV de LCD, ar-condicionado e internet via rádio.

“São João é precária de toda prestação de serviço. O que for bem feito vai fazer sucesso”, afirma ele, que possui ainda duas lojas de roupas no centro da cidade.

SHOPPING

Assim como ele, a comerciante Milena Matias de Oliveira, 33, começou a investir nos nichos de demanda criada pelos empresários e funcionários de companhias que se instalaram nos últimos anos na região.

Além do Clube da Criança, onde os pais deixam seus filhos enquanto fazem compras no Boulevard Shopping de Campos, ela comprou terrenos na cidade.

O shopping demonstra a força que a região está adquirindo. O empreendimento, da empresa Aliansce, é o primeiro com padrão de grandes centros na região. Com ele vieram marcas conhecidas, mas que não tinham lojas na cidade, como C&A, Renner, Riachuelo, Centauro, Baggagio e Ri Happy.

“Dá para montar outro shopping de 85 lojas como esse só com a lista de espera”, afirma o superintendente do Boulevard, Marcelo Oliveira. “Havia uma demanda reprimida muito grande por esse tipo de serviço.”

  Editoria de Arte/Folhapress