Petrobras vai enfrentar forte reação de seus empregados pela decisão de vender refinarias

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                                  Refinaria Alberto Pasqualini (Refap ) em Canoas- RS

Já era de se esperar a reação dos trabalhadores da Petrobrás depois do anúncio da privatização de quatro refinarias  feito ontem (20) por seu presidente, Pedro Parente. Um dia depois desse anúncio, a primeira reação veio da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que promete forte resistência. Não só no campo jurídico, mas também em forma de protestos. É uma reação que o próprio Petronotícias previu assim que a companhia informou o que pretendia. A advogada da FNP, Raquel Souza, disse que:  Para nós não foi surpresa. É mais um passo no projeto de desmonte da Petrobrás que vem entregando ativos valiosíssimos sem licitação como exige a Lei e por preço vil.  Note que ela mais uma vez tenta mascarar a privatização sob a nomenclatura de parcerias, mas o que acontece aqui é o mesmo que ela tentou fazer com a BR Distribuidora e foi impedida pela nossa ação. Ou seja, passar o controle acionário é portanto  desestatizar. O que posso dizer é que nós da FNP viemos alertando desde o início esse projeto de privatização da empresa e buscando de todas as formas impedi-lo. Nós já estamos discutindo as medidas tanto jurídicas como políticas no sentido de mobilizar a categoria e a sociedade contra estas vendas.”

O Presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, AEPET, Felipe Coutinho, disse que viu o anúncio da privatização das refinarias Petrobrás “com tristeza, mas também com repulsa e indignação. O governo, herdeiro do golpe do impeachment, adotou uma agenda que nem o candidato presidencial derrotado, Aécio Neves, teve coragem de defender nas últimas eleições gerais. Trata-se da agenda do capital financeiro internacional e de seus lacaios, muitos com dupla cidadania e residentes temporários no Brasil.”

Coutinho não acredita que a Petrobrás esteja vendendo ativos lucrativos para gerir sua dívida: “A atual direção da Petrobrás não utiliza a questão da dívida como a principal razão para justificar a privatização das refinarias. É evidente que a Petrobrás não precisa vender ativos lucrativos para gerir sua dívida. Argumentam que se trata da “mitigação dos riscos”. Querem impedir a alteração da atual política de preços, de suposto alinhamento de preços domésticos ao mercado internacional. O resultado será transferir a renda petroleira dos consumidores brasileiros, da Petrobrás e do Estado Nacional para os controladores das refinarias privatizadas. Trata-se de favorecer o sistema financeiro internacional, no caso das multinacionais privadas, ou países estrangeiros, no caso de multinacionais estatais. Em suma, tentam blindar a Petrobrás contra a democracia. Todos sabemos que a maioria da população é contra a privatização. Pesquisa recente, do Data Folha, mostrou que 70% dos brasileiros são contra a privatização da Petrobrás e 78% contra o capital estrangeiro na companhia”.

Fonte: Petronotícias