Há muito que o Mar Sem Fim destaca a postura fora da lei da China com relação à pesca mundial. O país parece saber que os Oceanos não sensibilizam o grande público. A verdade, infelizmente, é que os mares estão sempre a reboque no que diz respeito às preocupações da opinião pública, de modo que o país abusa da cara-de-pau sabendo que não será censurado. E transforma o alto- mar numa terra de ninguém onde impera a bestialidade, apesar de dezenas de acordos internacionais que assinou e não cumpre. E, na maioria dos casos, o grande público sequer fica sabendo que isso acontece e é frequente. Por isso hoje vamos de pesca ilegal, os abusados chineses.
No Brasil, jornais e revistas deixaram de cobrir assuntos como esse depois da ‘crise da imprensa’. Um erro ainda maior que o primeiro: não ter se preparado melhor para a concorrência com a net.
Pesca ilegal, os abusados chineses: vamos aos fatos no Brasil
Infelizmente os chineses pisaram em seu glorioso passado com os oceanos. A saga de do almirante eunuco Zheng He, elevando o nome da China, foi apequenada pelo governo da República Popular da China. O país entrou para a turma de cafajestes. Hoje, lidera o grupo. Vejamos. Nesta mesma Primavera um pesqueiro Chinês chocou-se de propósito contra um barco brasileiro, a 100 milhas de Fernando de Noronha, portanto, em águas brasileiras onde ele não deveria estar. Ambos pescavam atuns. O Chinês, sabendo ser maior, sem avisar investiu contra o barco do Rio Grande do Norte, abrindo um rombo no casco, a meia nau, que poderia tê-lo afundado. Por sorte, conseguiram voltar para o porto. No mesmo período a Armada Argentina flagrou um pesqueiro chinês em suas águas territoriais. Não teve dúvidas, metralhou-o até afunda-lo.
Pesca ilegal, os abusados chineses: na Argentina
Ah, desta vez nossos hermanos foram impecáveis. Deram um coro nos cafajestes do mar. Botaram seu navio a pique. Quem conta é o elpais.com: “Mauricio Macri já tem sobre a mesa seu primeiro grande conflito internacional. Justamente com um parceiro estratégico fundamental: a China.”
“A Armada Argentina abriu fogo até provocar o naufrágio de um barco de pesca chinês que havia chegado muito perto da costa argentina para procurar lulas (os tripulantes conseguiram escapar em botes salva-vidas e o capitão foi preso). Há alguns dias já havia ocorrido disparos de advertência de um navio contra outro pesqueiro chinês. A Argentina está acostumada a ver embarcações estrangeiras, especialmente asiáticas, em águas internacionais perto da sua costa. Mas até agora não havia acontecido nenhum conflito desse calibre.”
Vejam a ousadia, os chineses haviam sido advertidos, e mesmo assim um deles foi em frente, entrou em águas estrangeiras para roubar lulas portenhas!
Perseguição em alto- mar
“O barco chinês estava dentro das 200 milhas argentinas, quando foi dada a ordem para desligar os motores. Em vez de parar, ele começou uma fuga, o que deu início a uma perseguição.” Cena de ficção científica? Filme de James Bond? Não, cena da realidade marinha no século 21. “Poucos minutos depois, segundo afirmou ao EL PAÍS a mesma fonte oficial, o navio argentino conseguiu se aproximar do barco chinês. O capitão deste último iniciou uma marcha à ré com o objetivo de provocar uma colisão que “teria causado uma tragédia”. E, então, o cafajeste recebeu o que merecia, ou você acha que a Armada foi rigorosa demais?
Histórico chinês
A ficha do País é coisa de casca- grossa. A China, maior emissor do planeta, constrói ilhas em cima de corais para aumentar seu território, e cercar áreas de influência. Destrói o mais importante ecossistema marinho, já suficientemente ameaçado. É condenada pela Corte de Haia, mas não toma conhecimento. O país é denunciado como corruptor nos órgãos internacionais de que participa, como a Comissão Internacional para a Preservação do Atum Atlântico, órgão que regula a pesca de atum no mundo. Agora a coisa começa a mudar. Alguns perderam a paciência, “a Indonésia explodiu centenas de embarcações que pescam ilegalmente nas suas águas. A Argentina afundou um navio chinês ilegalmente pescando em suas águas passado. E a África do Sul continua a brigar com Pequim sobre as práticas de pesca. Recentemente, o Equador convocou o embaixador chinês a condenar a pesca da China no território marítimo equatoriano após a captura de 300 toneladas de peixes de origem ilegal.” Como se vê, a China não se emenda.
Repercussão na mídia
Ao contrário da nossa, a mídia internacional, seja os veículos tradicionais como The Guardian, ou New York Times, ou os inúmeros sites, todos acompanham. O World Ocean Review diz que ” Em muitas regiões marítimas do mundo, a pesca ilegal contribuiu maciçamente para o esgotamento dos recursos, especialmente nas águas costeiras dos países em desenvolvimento.”
Importância da Marinha do Brasil
Relembrando o que escrevemos recentemente: “Para nós do Mar Sem Fim é um alívio saber que nossa frota consegue se adaptar às circunstâncias. Apesar da crise, ela cresce mesmo assim. Ou, se não consegue crescer aumentando seu poder de fogo, é fato que ela não se deixa sucumbir. Navios e submarinos são equipamentos caros, sim. Mas extremamente necessários para a marinha que criou a Amazônia Azul, área equivalente a Amazônia, a Marinha do Brasil. A ela compete a difícil tarefa de garantir que os recursos de nossa Zona Econômica Exclusiva (4,5 milhões de quilômetros quadrados) estejam protegidos da interferência estrangeira, da pesca predatória, etc.”