>Para enfrentar China, brasileiros vendem ‘sapato de marca’ no exterior

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Muito boa a reportagem que saiu no Portal G1 sobre calçados e novos mercados. Reproduzimos aqui a matéria assinada por FernandoScheller da equipe do G1
As indústrias que participaram da feira internacional de calçados Francal, realizada nesta semana em São Paulo, estão buscando uma nova forma de ganhar o mercado internacional: trocando quantidade por qualidade.
A invasão dos produtos chineses – que não poupa nem o mercado brasileiro – fez o setor desistir de concorrer no quesito preço.
Para não perder faturamento, as empresas investem em produtos de maior valor agregado e buscam fortalecer suas marcas no mercado internacional.
De janeiro a maio deste ano, o faturamento da indústria de sapatos nacional no mercado externo cresceu 2%, atingindo US$ 784,2 milhões, enquanto a alta do número de pares vendidos foi menor, de 0,8%, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Oferecer um produto diferenciado é a estratégia das marcas Dumond e Capodarte, do Grupo Paquetá. A marca, que sempre trabalhou em associação com grifes famosas no Brasil – produzindo, por exemplo, para a Hugo Boss -, está investindo em lojas próprias no exterior para vender sapatos femininos. A Dumond tem sete lojas no exterior, mas o plano é chegar a 30 unidades nos próximos quatro anos, com forte concentração no Oriente Médio.
Em busca do dinheiro do petróleo – e do forte consumo de acessórios femininos em países como os Emirados Árabes Unidos e o Catar -, a companhia hoje exporta 35% de sua produção. Os sapatos enviados para o mercado internacional são os mesmos vendidos ao consumidor no Brasil por preços entre R$ 180 e R$ 500. Os calçados são fabricados em Sapiranga (RS), cidade próxima ao pólo de sapatos da cidade gaúcha de Novo Hamburgo. “A estratégia é sempre atender a classe média alta, como acontece no Brasil”, ressalta o gerente de exportações das marcas, João Marcos Taieti Gimenes. Segundo ele, o sapato brasileiro já “se vende” pela qualidade e pelo design, especialmente no caso dos modelos da Dumond. “A gente vende um conceito de brasilidade que está ligado aos detalhes e à combinação de cores”, ressalta.