Obra da P-75 e da P-77 vai gerar 2 mil empregos em Rio Grande

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Estaleiro QGI e Petrobras arrastam impasse para construção de plataformas há dois anos
Estaleiro QGI e Petrobras finalmente chegaram a um acordo após dois anos de impasse para construção de plataformas

O impasse que se arrastava há dois anos e dois meses, finalmente, teve fim. Na noite desta quarta-feira (25), no Rio de Janeiro, diretores da Petrobras e do estaleiro QGI assinaram o contrato para construir as plataformas de exploração de petróleo P-75 e P-77 em Rio Grande. Nesta quinta (26), o prefeito Alexandre Lindenmeyer comemorou a notícia em coletiva. “No início do ano, tínhamos esses projetos como perdidos. Conseguimos reverter esse cenário”, lembra.

Em setembro de 2013, o contrato no valor de US$ 1,68 bilhão foi assinado entre a Petrobras e o estaleiro controlado pela Queiroz Galvão e Iesa Óleo e Gás. Três meses depois, as denúncias da Operação Lava-Jato vieram à tona, provocando uma investigação detalhada dos investimentos da estatal. Um dos reflexos foi a negativa de aditivos ao contrato solicitados pelo estaleiro. Em fevereiro deste ano, sem a liberação de mais recursos, a QGI chegou a informar, oficialmente, a sua desistência dos projetos. A medida deu início à mobilização de lideranças locais e de trabalhadores.

O novo valor do contrato ainda não foi divulgado – nem como o projeto será executado. Certo mesmo é que o estaleiro gaúcho ficará responsável pela construção de alguns módulos (o número não foi precisado) e pela etapa de integração e finalização das plataformas. Do estaleiro Cosco, na China, virão os cascos e outros módulos. No cais da QGI no porto gaúcho já estão 500 toneladas de peças para os projetos – incluindo os flares. Na coletiva de hoje, Benito Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, rebateu as críticas de que nem todo projeto será feito em Rio Grande. “Nenhuma plataforma até agora foi feita totalmente em Rio Grande. Sempre alguma peça ou estrutura veio de outro lugar. Não vai ser diferente agora”, explicou o líder sindical que chegou a se acorrentar no portão do estaleiro em protesto durante o impasse.

Benito Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, durante protesto neste ano em frente ao estaleiro QGI

A obra em Rio Grande vai gerar cerca de dois mil empregos diretos e milhares de oportunidades indiretas. As contratações devem se intensificar a partir de janeiro do ano que vem. Serão, pelo  menos, dois anos de mobilização no canteiro de obras.