Novo superintendente da PF no RS pretende intensificar o combate à corrupção

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Alexandre Isbarrola substitui o delegado Ricardo Saadi, que assumiu a Superintendência da PF do Rio de Janeiro

O delegado Alexandre Isbarrola tomou posse nesta terça-feira (24) como superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul. Ele substitui o delegado Ricardo Saadi, que ficou no cargo por menos de nove meses, e recebeu a missão de chefiar a Superintendência da PF no Rio de Janeiro.

Numa cerimônia prestigiada por diversas autoridades ligadas à segurança pública, de órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público, na PUC, em Porto Alegre, o novo superintendente disse que vai priorizar o combate à corrupção.

— Vamos dar continuidade às administrações anteriores, procurando dar toda a estrutura para o trabalho que está sendo feito e intensificar o trabalho de combate à corrupção, às organizações criminosas, em especial, as internacionais que têm causado tanto dano.

Ainda sobre as organizações criminosas, destacou a necessidade de descapitalizar esses grupos. Isbarrola pediu união entre os policiais federais para poder vencer o crime.

– Colegas, contem comigo. Nada serei nessa função, além de um elemento que irá procurar lançar com vocês as melhores condições de trabalho. Da mesma forma, conto com vocês, pois ninguém faz nada sozinho.

O novo superintendente também lembrou da restrição orçamentária da instituição, mas ressaltou que a criatividade deverá prevalecer.

– Sei que vivemos tempos difíceis de restrições orçamentárias e econômicas, mas é nosso dever buscar de forma inteligente e inovadora as soluções para resolução desses problemas.

Ainda sobre criatividade, Isbarrola disse que “é preciso implementar diretrizes da iniciativa privada na gestão pública”. O delegado destacou a importância de “redesenhar alguns processos para atuar de forma planejada, com prazos e metas definidos”.

Lava-Jato

Perguntado se pretende intensificar as investigações da Operação Lava-Jato conduzidas pela instituição no RS, se limitou a dizer que essa é uma questão coordenada por Brasília. 

— No que depender da Superintendência do Rio Grande do Sul, nós vamos trabalhar da melhor forma possível e com a isenção que sempre nos foi peculiar.

Isbarrola tem 46 anos e ingressou na Polícia Federal em 2002, na Delegacia do Chuí, no sul do Estado. Ele foi delegado Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado no Rio Grande do Sul e na Paraíba. É especialista nas áreas de crimes financeiros e combate à corrupção. 

Natural de Uruguaiana, é graduado em Direito pela Universidade da Região da Campanha, mestre e doutorando em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O delegado participou de cursos na área de investigação financeira e lavagem de dinheiro nos Estados Unidos e no Canadá.

De saída

O delegado Ricardo Saadi transmitiu o cargo de superintendente da PF, no RS, ao delegado Alexandre Isbarrola. Ele assumiu na semana passada o cargo de chefe da PF no Rio de Janeiro. Em seu discurso de despedida, teceu elogios ao Rio Grande do Sul, lembrando da sua infância, quando visitava um tio durante as férias, no Estado. Até uma carteirinha de sócio do Grêmio Náutico União ele fez questão de mostrar no palco do Teatro da PUC, tamanho apreço que fez questão de demonstrar pelo Estado. Em relação ao trabalho a frente da PF, disse que a instituição cresceu em todos os quesitos medidos pelo Índice de Produtividade Operacional da PF. E deixou uma recado ao colega que assume o cargo.

– Dr. Alexandre, o senhor vai ter um grande desafio em relação à fronteira terrestre do Rio Grande do Sul. O senhor sabe disso, que o desafio é muito, muito grande.

Saadi também fez questão de ressaltar a importância da integração entre os órgãos públicos para combater a criminalidade, citando nominalmente alguns dos representantes que estavam na cerimônia, como, por exemplo, Mário Ikeda (comandante-geral da Brigada Militar), Fabiano Dallazen (procurador-geral de Justiça) e Leonel Carivali (subchefe da Polícia Civil).

Chancela da instituição

O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, que escolheu Isbarrola para o cargo, não pode estar presente, mas foi representado pelo corregedor-geral da instituição, Omar Mussi. Num discurso lido, Mussi retomou um pouco a história da PF e lembrou da necessidade de reforçar o efetivo – a PF abriu concurso para 500 cargos recentemente. Ao final, fez questão de referendar o nome de Isbarrola.

– Diante dos nossos desafios, dr. Isbarrola, de enormes desafios e de batalhas diuturnas, é que vossa excelência foi chamado para a nobre missão de conduzir a Polícia Federal no Estado do Rio Grande do Sul. Vossa excelência tem a nossa confiança, eis que já foi testado e aprovado com louvor em inúmeras operações policiais que conduziu pelo Brasil.

Fonte: Zero Hora