Navios com 366m demandarão apoio adicional em Santos

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De acordo com a praticagem-SP, serão necessários inicialmente dois práticos e quatro rebocadores para atuar na chegada dos new panamax, que transportam até 14 mil TEUs.

A homologação do Porto de Santos para recepção de navios com 366 metros de comprimento e 52m de boca, anunciada na última terça-feira (23), faz parte de um processo que ainda passará por uma série de testes e avaliações técnicas até a chegada dos primeiros navios com essas dimensões. Na avaliação da praticagem de São Paulo, os principais pontos de atenção para recepção desses navios estão relacionados às condições meteorológicas, aos ventos, à intensidade de correntes, além do estuário estreito e sinuoso do porto. De acordo com a praticagem-SP, serão necessários inicialmente dois práticos e quatro rebocadores para atuar na chegada dos new panamax, que transportam até 14 mil TEUs.

O presidente da praticagem de São Paulo, Bruno Tavares, afirmou que, apesar de não ter sido dada uma data para chegada do primeiro navio com 366m, a categoria está pronta para operar essa classe de porta-contêiner em Santos. Ele ressaltou que hoje ainda existem determinadas restrições na bacia de evolução, o que limita o calado para operações em alguns terminais. “Todas essas limitações técnicas colocamos no estudo para as autoridades marítima e portuária na época”, frisou Tavares em entrevista à Portos e Navios.

Além da escalação de dois práticos para navios 366m, a praticagem-SP avalia a necessidade de um uso maior de rebocadores, com pelo menos quatro embarcações de apoio portuário durante a adaptação ao recebimento dessa classe de navios em Santos. Tavares estima que sejam necessários rebocadores azimutais com mínimo de 70 toneladas de tração estática (bollard pull), uma na popa e outra na popa. Para os demais postos, dependendo do calado do navio, poderá haver uma mescla com rebocadores com 60 BP e 45 BP, por exemplo.

Nas simulações de navios 366m, a praticagem local trabalhou com calado máximo de até 14,20m. Os maiores navios que atracam em Santos atualmente possuem 340m de comprimento, por 48,5m de boca e possuem calado máximo de 14,50m, transportando média de 9 mil TEUs. Com a homologação dos new panamax com 366m de comprimento para Santos, esses parâmetros passam para 51m a 52m de boca. O calado máximo de 14,20m tem perspectivas de chegar a 14,50m.

Tavares enfatizou que, assim que a possibilidade de navios com 366m no Porto de Santos começou a ser ventilada, a praticagem começou a estudar e pesquisar diferentes características, como porte do navio, dimensões, tipo de leme, tipo de máquinas, demanda por rebocadores e perfil de manobras. A preparação para operar esses navios incluiu o treinamento de 51 práticos de São Paulo nos Estados Unidos e simulações no Tanque de Provas Numérico da Universidade de São Paulo (TPN-USP). A praticagem firmou convênio com centros de simulação para manobras com modelos numéricos e simuladores de navios tripulados de escala reduzida.

Em relação às declarações da autoridade portuária de Santos e do Ministério da Infraestrutura de que o próximo passo, após os 366m, serão navios com 400m, a praticagem paulista acredita que o processo partiria para o mesmo padrão dos new panamax, começando com estudos, pesquisas, troca de experiências, simulações e treinamentos. “Tudo vai depender do resultado lá na frente. Se é viável em termos de segurança e se vai impactar na segurança da navegação. A praticagem está aqui para ajudar nessa avaliação. Tem que fazer todo processo para fazer da melhor maneira e da forma mais segura possível”, afirmou Tavares.

https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/navios-com- 366m-demandarao-apoio-adicional-em-santos