Museu do Amanhã convida a pensar sobre impacto do homem na Terra

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A arquitetura do Museu do Amanhã no Rio de Janeiro. Os traços lembram uma bromélia da Mata Atlântica (Foto: Reuters)

Nas docas do Rio de Janeiro, uma construção chama a atenção por sua arquitetura. O prédio de concreto e aço, concebido pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, parece sair da Baía de Guanabara e flutuar em uma piscina. Seu teto, formado de placas solares, se move conforme a direção do sol para melhor gerar energia. Trata-se do Museu do Amanhã, novo marco na paisagem carioca, inaugurado dia 17 de dezembro. O Museu do Amanhã lida com um tema fascinante. A humanidade modificou a Terra de forma tão intensa que alguns cientistas acham que alteramos a época geológica do planeta. Essa mudança ganhou um nome: antropoceno, o tempo em que humanos substituíram a natureza como a força ambiental dominante na Terra.

>> José Roberto Marinho: “Ele será sempre um museu do amanhã”

A primeira sensação ao entrar no museu é de imersão. Fechado em uma redoma preta, você assiste a um vídeo em 360 graus que mostra o surgimento da Terra e o surgimento da vida, com imagens que parecem sair das paredes e do teto. A sensação é de encantamento com o mundo. O céu, a água, os animais, sejam pássaros voando ou baleias nadando, desfilam ao redor do visitante. O vídeo foi produzido pela O2, do cineasta e ativista ambiental Fernando Meirelles, com o objetivo de representar o Cosmo.

A exposição segue mostrando de onde viemos e para onde vamos. Entre uma obra e outra, o visitante é apresentado a jogos eletrônicos e experiências de interatividade para não só compreender, como alterar o amanhã. “Criamos um percurso narrativo para o visitante entender o mundo ao seu redor, para mostrar que o amanhã não é uma data no calendário, lá longe. É uma construção, que está sendo feita hoje”, diz Hugo Barreto, diretor de conteúdo do Museu do Amanhã.

O clímax desse percurso são seis totens de 10 metros de altura, inclinados em direção ao centro, passando uma ideia de instabilidade. Cada totem mostra imagens e números impressionantes de como o homem transformou o planeta – e nem sempre sua interferência foi positiva. Aparecem imagens de carros e arranha-céus – e, junto com elas, números aterradores da quantidade de florestas destruídas, lixo jogado fora, rios poluídos. Ao som de música dissonante, a experiência gera desconforto e uma tensão que será aliviada na última área do museu, inspirada nos aborígenes australianos, a passar a ideia de harmonia e união entre os povos.