Mulheres no comando do transporte brasileiro

0
961
IMPRIMIR
Atualmente o setor de transportes conta com cerca de 2,2 milhões de profissionais, sendo 17% do sexo feminino, como Erica Aparecida Videschi Bastos, motorista da VB Transportes em Campinas (SP)

Em comum, o fato de estarem no comando de diferentes veículos de transporte. Algumas há 60 anos. Outras há somente três. Na bagagem da vida, experiências felizes e tristes de quem já cruzou as barreiras da cidade, do país ou até mesmo do oceano para cumprir sua missão. Mulheres que lutaram – e ainda lutam – para conciliar família e trabalho e para enfrentar os obstáculos de trabalhar em um universo predominantemente masculino, carregado de preconceitos e estigmas. Com a chegada do Dia Internacional da Mulher, a Agência CNT de Notícias traz histórias marcantes para homenagear aquelas que fazem parte do setor de transporte.

Atualmente, o setor conta com cerca de 2,2 milhões de profissionais, sendo 17% do sexo feminino. A maior parte das mulheres possui entre 30 e 39 anos e ensino médio completo. Os dados são da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do MTE (Ministério do Trabalho e Previdência Social). O órgão não tem levantamento do percentual de motoristas mulheres no Brasil, mas os números ainda são baixos.

Os sistemas de trens e metrôs, por exemplo, possuem cerca de 7.000 empregadas mulheres, sendo que, segundo a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), apenas 500 atuam como condutoras e maquinistas. Já no modal aéreo, apenas 2,5% de todas as licenças de piloto são obtidas por mulheres, sendo que a participação feminina na cabine de comando dos aviões comerciais é de 2,7%, de acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Ainda que seja tímida, a procura feminina pelos cargos de condução já começa a despontar. O projeto Habilitação Profissional para o Transporte – Inserção de Novos Motoristas, do SEST SENAT, que visa inserir motoristas profissionais no mercado por meio da mudança da categoria da Carteira Nacional de Habilitação para C, D ou E, registrou a participação de 2.311 mulheres desde 2015. Além disso, em cinco anos, a demanda feminina cresceu 60,4% nos cursos voltados para o transporte de passageiros, de produtos perigosos e de transporte escolar da instituição. Em 2017, os cursos mais procurados pelas mulheres foram Cuidados Especiais no Transporte de Escolares, Custos Operacionais do Transporte de Cargas e A Precificação no Transporte Rodoviário de Cargas.