Maersk prevê crescimento modesto para comércio brasileiro em 2020

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No primeiro trimestre de 2019 foi registrado um declínio de 3% em relação a 2018. Para 2020, a importação de bens de consumo deve ser fraca, na medida em que os varejistas reabasteceram seus estoques no final de 2019.

A Maersk prevê um crescimento modesto para o comércio brasileiro de contêineres em 2020, mantendo a projeção de alta de 3,8% somando importações e exportações. A leitura é que as importações brasileiras começaram bem o ano e desaceleraram, enquanto as exportações ainda patinam no primeiro trimestre, com perspectivas positivas para a próxima safra de soja.

“Nosso foco é maximizar o uso de recursos, equipamentos e espaço, desenvolvendo cadeias de suprimentos integradas, incluindo rodovias, caminhões e remessas para clientes brasileiros e internacionais, além de fornecer mercados alternativos como Índia, Rússia ou Turquia a exportadores”, resume o diretor-geral da Maersk para a costa leste da América do Sul, Roberto Rodrigues.

Para o diretor comercial da Maersk para a costa leste da América do Sul, Gustavo Paschoa, a depreciação do real frente ao dólar é boa para os exportadores, porém o país precisa aproveitar essa oportunidade para melhorar sua competitividade e expandir sua malha ferroviária, rodoviária e de transporte marítimo, com armazenamento inteligente e distribuição em terminais. “As empresas brasileiras têm a oportunidade de economizar tempo, reduzir a burocracia e cortar custos. Isso é realmente importante para um país que começa a melhorar após quatro anos de desaceleração econômica”, disse Paschoa.

No primeiro trimestre de 2019 foi registrado um declínio de 3% em relação a 2018. Para 2020, a importação de bens de consumo deve ser fraca, na medida em que os varejistas reabasteceram seus estoques no final de 2019. “Embora as importações em geral tenham sido melhores em janeiro, é preciso levar em consideração que a base de comparação foi fraca”, explicou o diretor de produto da Maersk para a costa leste da América do Sul, Matias Concha. 

As exportações em janeiro foram menores do que o projetado, pois a safra de soja ainda está para começar, e com expectativas de recorde. Outro destaque é a produção de algodão, cujas exportações apresentaram novos recordes na safra 2019-2020. O Brasil é o segundo maior exportador de algodão do mundo, atrás dos Estados Unidos. O maior custo para os produtores de algodão, no entanto, foi o transporte rodoviário.

A Maersk espera que o transporte ferroviário aumente significativamente à medida que mais trens e opções estiverem disponíveis para os produtores do Mato Grosso e da Bahia, por exemplo. Hoje, 40% do movimento total da Maersk em terra no Brasil é ferroviário. “O transporte ferroviário é um fator importante para ajudar a aumentar a competitividade nacional. A Maersk está buscando intensificar sua presença e parcerias com empresas ferroviárias no Brasil”, acrescentou Paschoa.

O Natal terminou melhor do que o esperado pela companhia, com crescimento de 6% das importações no quarto trimestre. Os destaques foram: maquinários, eletrodomésticos e eletrônicos, que saltaram 25%, e produtos manufaturados e bens de consumo, que cresceram 7%. As importações de maquinários, eletrodomésticos e eletrônicos foram impulsionadas pelo aumento de produtos como transistores, dispositivos semicondutores e dispositivos semicondutores fotossensíveis, incluindo células fotovoltaicas. Os produtos eletrônicos são montados em hubs como o de Manaus.