Há 30 anos Assis Brasil mantém a mais famosa oficina literária do País

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Romancista é cada vez mais procurado por novatos de outras regiões, fora do RS

 

 

Por  Maria Fernanda Rodrigues / Estadão

Na quarta capa do novo romance do gaúcho Luiz Antonio de Assis Brasil, lê-se seguinte frase: “Um viverá a notoriedade, a vida pública; o outro, o retiro, a paz do pampa”. Refere-se a Humboldt e a Aimé Bonpland, personagens de Figura na Sombra (L&PM), mas faz lembrar o autor e alguns ex-alunos de sua famosa oficina literária. Assis Brasil tem uma longeva, bem-sucedida e tranquila carreira de 36 anos – 19 livros publicados e alguns títulos traduzidos – construída em Porto Alegre, onde vive. Ganhou alguns prêmios – a maioria no Sul mesmo. Mas não viveu um momento como o que, por exemplo, Michel Laub, Daniel Galera e Luisa Geisler – que frequentaram suas aulas de escrita criativa – estão passando.

Eles foram incluídos na Granta Melhores Jovens Autores Brasileiros, fazem tour pela Europa e Estados Unidos para divulgar suas respectivas obras, participam de feiras internacionais e estão na mira de editores de países tão diversos como a Inglaterra e Israel. Andam na casa dos 40, 30 e 20 anos, respectivamente. Já Assis tem 67.

Vários de seus ex-alunos vivem exclusivamente da literatura, têm agentes literários, estão sendo traduzidos e são candidatos a integrar o que se espera ser o novo momento de glória da literatura brasileira porque são bons, claro, e também porque são novidades. Assis Brasil concilia a ficção com as funções que o cargo de secretário de Cultura do Rio Grande do Sul, que ocupa desde 2011, e de professor universitário impõem.