EUA querem proteger Ártico dos danos do petróleo

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A US Geological Survey calculou que o chão do Ártico tem 13 por cento das reservas “convencionais” não descobertas e 30 por cento das de gás natural.

Os Estados Unidos irão divulgar um plano de cinco anos para liberação de áreas de exploração de petróleo e gás offshore, que deverá abrir mais locais de exploração no Oceano Ártico e ao mesmo tempo protegerá o ambiente e a sobrevivência de povos indígenas. O país prepara a medida no momento em que a Royal Dutch Shell está prestes a perfurar dois poços de exploração em águas árticas americanas – uma no mar de Chukchi, entre o Alasca e a Sibéria, e o outro ao norte do estreito de Bering, ao norte do Alasca.

 

“Estamos atualmente nos estágios finais de uma rigorosa avaliação da proposta de Shell de perfurar poços explortórios este verão,” disse David Hayes, vice-secretário do Interior, acrescentando que a empresa teria permissão para prosseguir.

Ao conceder as licenças novas fora do Golfo do México, o governo Obama busca minimizar o impacto sobre o ambiente e povos indígenas. Em vez de abrir vastas áreas do mar para licenças, a ideia é focar em locais com o maior potencial de gás e petróleo e excluir áreas ambientalmente sensíveis ou importantes para a sobrevivência de povos indigenas ao longo da costa do Oceano Ártico.

O programa de cinco anos será revelado em mais detalhes, mas as linhas gerais foram expostas pelo secretário do Interior, Ken Salazar. A abordagem pretende colocar ciência, temas ambientais e culturas indígenas em posição de mais igualdade com barris de petróleo e pés cúbicos de gás, enquanto países da região tentam adivinhar o que Salazar chama de uma abordagem integrada da exploração de petróleo e gás no topo do mapa mundi.

 

A Rússia perfurou alguns poços exploratórios em águas do Ártico. Na terça, a Noruega anunciou planos de dar licenças para 86 posições offshore até o final de 2013, a maior parte delas em águas árticas.

 

“Estamos vendo um interesse muito forte no Ártico e a indústria do petróleo está claramente se movendo para o norte,” disse o ministro do petróleo e energia norueguês Ola Borten.

 

Segundo estimativas, as reservas são enormes. A US Geological Survey calculou que o chão do Ártico tem 13 por cento das reservas “convencionais” não descobertas e 30 por cento das de gás natural.

 

O interesse crescente dos recursos do oceano tem sido motivado pelo derretimento do gelo de verão causado pelo aquecimento global. A extensão do gelo de verão vem declinando desde que satélites passaram a acompanhá-la, em 1979. Mais águas abertas durante a temporada significam mais oportunidades de exploração, informa o Christian Science Monitor.