Esgotamento de portos acentua urgência de ampliar armazenagem

0
260
IMPRIMIR
A preocupação é com as colheitas crescentes, com previsão de 273 milhões de toneladas para este ano e cerca de 300 milhões nos próximos anos. De julho de 2020 até abril deste ano, já foram desembolsados R$ 1,8 bilhão na linha, ou 63% a mais que no mesmo período da temporada anterior.

Especialistas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ressaltaram nesta sexta-feira a necessidade de ampliar o espaço de armazenamento de grãos no Brasil. Em debate promovido pela estatal, eles afirmaram que é preciso encontrar soluções emergenciais, já que o cenário indica que a capacidade de escoamento pelos portos deve se esgotar até 2025.

O superintendente de Armazenagem da Conab, Stelito Reis, disse que o déficit de estocagem chega a 71% da capacidade estática no Matopiba (confluência dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), ou cerca de 12 milhões de toneladas de grãos que ficam no aguardo de armazenamento a cada safra. No Centro-Oeste, a utilização está próxima do limite e quase não há armazéns disponíveis.

“A questão da deficiência de espaço de armazenagem no Brasil é uma situação atual. E a solução está na construção de mais unidades de armazenagem, agilização de fluxos, utilização de estruturas temporárias, como os silos-bolsa, e planejamento logístico com informações regionalizadas”, sugeriu Reis.

O governo quer incentivar a construção e ampliação de armazéns por meio da concessão de crédito no PCA no próximo Plano Safra. O prazo de reembolso, de até 13 anos, dificulta, já que consome muitos recursos da equalização. O Ministério da Agricultura tenta uma redução para oito ou dez anos para alavancar mais operações.

O superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth, destacou a necessidade de modernização dos portos para agilizar o escoamento da safra de grãos, o que pode reduzir a pressão sobre a capacidade estática nacional. Ele chamou a atenção para um possível esgotamento da capacidade de escoamento dos portos em 2025, o que pressiona a demanda “imprescindível” pela construção de novos armazéns para poder controlar o fluxo.

Fonte: Valor