A Operação Lava-Jato está se aprofundando nos bastidores da política brasileira e já atinge parlamentares de todas as filiações. O mais novo alvo é o senador Aécio Neves (PSDB), que teria recebido um total de R$ 300 mil da UTC Engenharia, de acordo com a delação premiada de Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, responsável por fazer as entregas de dinheiro do doleiro Alberto Youssef.
O delator afirmou ter feito quatro entregas em espécie a um diretor da empreiteira chamado Miranda, segundo reportagem da Folha de São Paulo. As transações, realizadas ao longo de 2013, no Rio de Janeiro, seriam repassadas a Aécio.
O senador, líder da oposição ao governo em Brasília, teria pressionado o executivo da UTC pelo recebimento do montante. De acordo com Ceará, Miranda “estava bastante ansioso” devido à cobrança feita pelo parlamentar.
O delator afirma ter conhecido Youssef em 2000. A partir de 2008, teria começado a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a políticos. Em depoimento à Polícia Federal, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santanta, confirmou que o diretor comercial da construtora no Rio se chamava Antônio Carlos D’Agosto Miranda, como apontado por Ceará.
Em nota, a assessoria de Aécio Neves negou as afirmações do delator e chamou a citação de “absurda e irresponsável”.
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