Crise faz jovens belgas deixarem o país

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A maior parte dos jovens (14.284) tem idade entre 25 e 30 anos e fizeram universidade, segundo especialistas

Jovens belgas entre 15 e 29 anos estão arrumando suas malas e deixando o país definitivamente. Enquanto em 2000 13.296 deles partiram, nove anos mais tarde este número subiu para 16.455. Um aumento de aproximadamente 25%, mas pouco representativo, se comparado a 2010, quando 27.969 jovens decidiram deixar a Bélgica. Estas cifras foram fornecidas pelas prefeituras belgas, que registram os nomes de todos os cidadãos que partem para o exterior.

 

A maior parte dos jovens (14.284) tem idade entre 25 e 30 anos e fizeram universidade, segundo especialistas. Para o sociólogo do trabalho Ignace Glorieux, da Universidade Livre de Bruxelas, “em geral, eles têm mais experiências com o exterior devido a intercâmbios feitos durante a época de estudantes. Os contatos foram feitos e o problema de distância deixa de ser um empecilho. A partir deste pensamento, posso imaginar que seja mais fácil para estes jovens deixarem o próprio país”.

 

De acordo com vários especialistas, a crise econômica é a gota d’água para que os jovens decidam arrumar as malas. “Eles procuram outro caminho em decorrência da falta de perspectivas na Europa”, ressaltou Glorieux. Segundo pesquisa realizada pelo site de trabalho StepStone, “os universitários belgas têm fácil acesso aos Estados Unidos, ao Canadá e à Austrália. Não é à toa que estes países são os mais cobiçados por eles”.

 

A evasão de jovens só vem piorar a situação da economia belga, afirmou Glorieux, acrescentando ainda que “o receio de uma grande perda de conhecimentos é justificável. No mundo acadêmico isto já acontece, com as universidade americanas distribuindo bolsas de estudos aos melhores estudantes belgas. Também os profissionais ambiciosos, que querem fazer carreira rapidamente, acabam indo para o exterior”.

 

Esta é uma tendência em crescimento. “Com a introdução dos chamados ‘blue cards’ da União Europeia, os imigrantes com nível universitário podem partir a curto prazo”, ressaltou Ilse Renders, do escritório de advocacia Huber&Crommen, especializado em leis para pessoas que decidiram mudar de país. “Alguns países europeus viabilizam este desejo dos jovens belgas, que sem problemas podem se estabelecer em outro país da Europa.