A implantação do projeto Sistemas de Comunidade Portuária (Port Community Systems ou PCS, no original em inglês), que prevê reduzir em até 40% a quantidade de etapas necessárias para uma operação no Porto de Santos, está ameaçada. O motivo é um corte de verbas do governo britânico a projetos internacionais. Com isso, as discussões estão suspensas desde o mês passado.
A informação é do ex-líder do projeto de modernização portuária do consórcio Palladium, Marcelo D’Antonna. Diante das incertezas relacionadas ao PCS, o executivo deixou o cargo.
“Eu me desliguei do projeto PCS ao final do mês de abril. A razão é a incerteza em relação à disponibilidade de verbas para a continuidade do projeto. Essas verbas, na configuração atual do projeto, são providas pelo governo do Reino Unido, em um programa de cooperação bilateral (Brazil Trade Facilitation Programme)”, explicou o executivo .
O PCS é uma iniciativa do Prosperity Fund, o fundo de investimento britânico para países em desenvolvimento. Ele prevê a criação de uma plataforma digital que integrará sistemas de controle de órgãos federais que atuam no setor portuário. Também estão previstas mudanças nos processos e, com isso, espera-se reduzir em um dia o tempo necessário para a liberação de cargas de exportação e em dois dias para as de importação.
A primeira etapa dos estudos foi concluída no mês passado. Nela, foram identificados os processos mais relevantes nas operações de comércio exterior no Porto de Santos e como eles podem ser melhorados. Foi avaliada a entrada e saída de embarcações e a interlocução dos diversos órgãos envolvidos, entre eles, a Autoridade Portuária de Santos (APS), a Praticagem de São Paulo e os rebocadores que atuam no cais santista.