Codesp planeja porto do futuro para nova geração de navios

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Nos próximos anos Santos deve viver um ciclo de investimentos com os novos arrendamentos. Em dezembro de 2015 foram arrendadas três áreas no cais santista, duas para movimentação de celulose

No cargo há dois meses e meio, o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Alex Oliva, prepara o porto de Santos para manter o protagonismo num cenário em que o crescimento incessante dos navios esbarra nos limites físicos do maior porto da América Latina.

O executivo adiantou ao Valor que irá contratar um estudo para planejar o porto para daqui 25 anos, tão logo saia o diagnóstico recém-encomendado à Universidade de São Paulo (USP) que definirá – até dezembro de 2017 – a capacidade máxima de recepção de navios pelo porto, formado por um canal de navegação às margens do qual estão instalados os terminais de movimentação de cargas.

Uma das opções seria fazer um porto offshore, fora do estuário de Santos, que poderia receber navios sem restrição de tamanho. Hoje o canal por onde trafegam os navios está limitado a 15 metros de profundidade e a 220 metros de largura, com um traçado que engloba uma curva acentuada que impõe dificuldades às manobras dos maiores navios com escala regular, de 336 metros de comprimento.

Mas uma nova geração de embarcações deve chegar em águas brasileiras no futuro próximo, com extensão de 366 metros. E a abertura do novo canal do Panamá, prevista para abril, deve acelerar a vinda das classes subsequentes. Contudo, ainda não do mesmo patamar das empregadas em tráfegos mais volumosos, como nas rotas entre Ásia e Europa.

“Uma possibilidade é o porto offshore com transbordo, tendo o atual porto como um grande suporte”, afirmou Oliva. Segundo ele, a meta é estudar alternativas para que Santos não fique estagnado. Hoje o cais santista escoa o equivalente a 27% da balança comercial em valores, sendo o porto concentrador do Brasil, de onde a cargas são redirecionadas via transbordo para demais portos no país.

Mas novos concorrentes devem pulverizar a carga e dar conta do crescimento absoluto da demanda, como o porto de Suape (PE), um “sucesso pré-anunciado há décadas”, diz Oliva.