Blocos da Bacia de Pelotas estão disponíveis no edital da Oferta Permanente de Concessão da ANP

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O potencial de existência de petróleo do litoral do Rio Grande do Sul é projetado há mais de 70 anos, desde 1950

O potencial para a prospecção em águas rasas e profundas na região Sul volta a ser uma possibilidade de exploração, sendo citado inclusive pelo presidente da Petrobrás. No entanto, a área já foi alvo de anúncios de interesse para a pesquisa de poços do combustível fóssil, mas sem nenhum avanço devido à inviabilidade econômica.

Se alguma empresa apresentar interesse na Bacia na sessão pública, a área passa a compor o 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão. Ou seja, a disponibilidade de blocos no edital não garante que eles estarão na rodada final de licitações da ANP. Os setores serão divulgados na segunda-feira. Com 200 milhas náuticas e a área de 346.873 quilômetros quadrados, abrangendo a costa do Rio Grande do Sul, Uruguai e Santa Catarina, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, afirmou que a parte gaúcha é há algum tempo uma possibilidade de modelo exploratório. “No Sul, tem a Bacia de Pelotas, em frente ao Rio Grande do Sul, que era, nos tempos em que Campos e Santos eram o filé, e ainda são, algo para um dia, quando precisar”, disse em participação no programa Roda Viva.

Viabilidade diante da demanda

Para o professor da Faculdade de Engenharia em Petróleo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Forlan Almeida, um dos fatores que faz com que a Bacia seja pautada novamente é o alto preço do barril de petróleo, o que acarreta com que projetos que antes não eram considerados viáveis economicamente passem a serem interessantes. Mesmo assim, o engenheiro destaca que é um grande desafio para as empresas devido a carência de infraestrutura para a prospecção. “Outras Bacias estão localizadas próximas a centros que conseguiriam ser empregados para operacionalizar a produção e necessitariam de menores investimentos”.

Diante disso, as reservas da área teriam que ter um volume e uma qualidade que correspondessem aos riscos para sair de uma fase de exploração para migrar para uma etapa de produção. “Num contexto geral, acredito que tenhamos blocos da Bacia de Pelotas arrematados, contudo, não acredito que ela seja ‘a grande estrela’ nesta oferta permanente”, explica.

O professor explica que devido a demanda crescente por energia, novas regiões devem ser analisadas e os seus potenciais identificados. O que fará com que as empresas olhem para a Bacia de Pelotas e adquiram parte dos blocos. “É uma questão de manter produção e reserva energética e, por isso, eles começam a revisitar outros locais onde foram feitos estudos iniciais”.

Potencialidade

Sobre o potencial de produção de petróleo e gás natural, Almeida diz que devido ao acesso limitado às informações disponibilizadas pelas empresas e pela ANP, é difícil dimensionar a potencialidade de jazidas na Bacia. No entanto, a produção de hidratos de gás da Bacia pode ser a segunda maior reserva no País, o que pode representar reservatórios de gás natural. “Particularmente eu vejo que seja muito mais próximo a produção de gás do que de petróleo”.O potencial de existência de petróleo do litoral do Rio Grande do Sul é projetado há mais de 70 anos, desde 1950.