Armazéns seguem lotados de grãos no Paraná

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Um grande volume de soja, que foi comercializado entre os meses de abril e maio, no pico do preço internacional, ainda não saiu dos barracões por falta de transporte

A greve dos caminhoneiros já acabou há um mês, mas em alguns lugares, os agricultores ainda sentem os efeitos da paralização.

Não foi divulgada uma nova tabela de fretes e por isso, no Paraná, os armazéns estão lotados de soja, à espera de transporte.

Uma nova audiência para definir a tabela de fretes foi marcada para o dia 27 de agosto.

No armazém de uma cooperativa, em Cascavel, no oeste do Paraná, a soja e o milho, viraram uma montanha de problemas.

Apenas metade da frota de 40 caminhões está circulando. Mais de 100 mil toneladas de soja estão à espera de transporte:

“O prejuízo está sendo grande para as empresas armazenadoras, para as empresas que compraram os produtos, para os portos que estão com navios esperando as cargas, e nos portos também há navios para descarregar os fertilizantes para trazer para o interior, já que já se aproxima a próxima safra”, comenta Dilvo Grolli, presidente da Coopavel.

Com a produção represada, já há preocupação de que não haja espaço suficiente para receber a colheita de milho, que começará a chegar nos próximos meses.

Além disso, um grande volume de soja, que foi comercializado entre os meses de abril e maio, no pico do preço internacional, ainda não saiu dos barracões por falta de transporte.

O economista Camilo Motter explica que a indefinição nos valores do frete vai causar impactos negativos em todo o setor agrícola. “Nós vamos ter alta significativa nos custos de produção com tabela ou sem tabela. E isso vai ter duas consequências imediatas: alta nos custos de produção no campo para a próxima safra e segundo, uma pressão maior nos preços dos produtos agrícolas no interior”, avalia.

Pela última tabela anunciada pelo governo federal, o preço mínimo do frete no trajeto de 600 km, entre Cascavel e o Porto de Paranaguá, saltou de R$ 120 reais por tonelada para R$ 180.

Os motoristas autônomos também estão de braços cruzados por mais tempo que gostariam. Nas empresas que repassam os fretes para os caminhoneiros quase não há serviço.

Em uma transportadora, que costuma ter cerca de 300 cargas por dia, o movimento caiu 80%.

“A insegurança jurídica pra gente que contrata o terceiro, está muito grande, então temos optado por não trabalhar assim”, comenta

Daniel Dallagnol, empresário.

“O prejuízo é grande porque começa e termina mês e as contas vão ficando. A gente depende do caminhão para pagar as contas e acaba não tendo outro resurso”, diz Juarez Kovaleski, motorista de caminhão.

Fonte: G1