A Polícia Federal acusa a Samarco, que pertence às mineradoras Vale e BHP Billiton, de ampliar a barragem de Fundão acima do ideal. O alteamento que era feito na época do rompimento chegaria a 15 metros em um ano. As informações estão em um relatório obtido pelo Jornal Nacional e foram divulgadas inicialmente pelo Jornal Estado de São Paulo.
Segundo a reportagem do jornal, um estudo da Polícia Federal mostra que o alteamento em represas, como a de Fundão, deveria ser de cinco a 10 metros por ano.
O Ministério Público de Meio Ambiente, de Minas Gerais, declarou que o alteamento para aumentar a capacidade de Fundão estava dentro do que foi licenciado. Mas, os promotores dizem que a Samarco não respeitou as boas práticas internacionais e nem ao que estava previsto no projeto inicial.
“Alteamento estava dentro do que foi licenciado, no referente à altura, não no que se refere ao recuo que a Samarco procedeu na barragem […]. Nós ainda estamos fazendo as análises da quantidade, do quanto era alteado por ano para ver se havia irregularidade ou não”, disse o promotor Felipe Faria de Oliveira.
Em depoimento à Polícia Federal, o coordenador técnico de planejamento e monitoramento da Samarco citou que a última leitura manual nos equipamentos que mediam a estabilidade da barragem de Fundão tinha sido feita no dia 26 de outubro, dez dias antes do rompimento.