Alexandre Lindenmeyer, prefeito do Rio Grande

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Por André Zenobini 

Foi no dia 07 de outubro de 2012 que o povo rio-grandino concedeu a Alexandre Lindenmeyer o direito de assumir o cargo de prefeito do município do Rio Grande. Desde o dia 1º de janeiro de 2013 o Partido dos Trabalhadores reassumiu o paço municipal. Foram 51,05%, totalizando 59.543, dos votos que Alexandre Lindenmeyer derrubou os 16 anos de administração da família Branco, uma eleição ganha contra o favoritismo e bom histórico de urnas de Fábio Branco. Com o slogan “Rio Grande Merece Mais” a campanha do Partido dos Trabalhadores defendeu o direito da “paternidade” do Polo Naval ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacando-o como o impulsionador da indústria naval rio-grandina. Eleito, Lindenmeyer promete organizar o desenvolvimento econômico da cidade aliando a qualidade de vida das pessoas e cuidado com o meio ambiente.Ele concedeu essa entrevista para a Revista Conexão Marítima em seu gabinente.Abaixo alguns trechos.

Na sua avaliação, a cidade conseguiu absorver o Polo Naval e se desenvolver nas condições necessárias?

Não. Cresceu economicamente, mas não acompanhou na infraestrutura de forma adequada, no numero de equipamentos, escolas e postos de saúde. Temos gargalos na região do Assis Brasil, na Zona Oeste, não teve nenhum planejamento. A questão habitacional totalmente precária, deficitária. Nós, enquanto município, não conseguimos atrair grandes investimentos na área habitacional para fazer frente ao crescimento advindo no polo. Na questão do planejamento urbano quando se definiu que aqui teria o polo naval deveria ter havido um estimulo ao desenvolvimento habitacional e de comércio em outras áreas de expansão. Isso não tem acompanhado a mesma velocidade com que tem se dado o desenvolvimento econômico. Isso é preocupante porque se não tivermos ação rápida corremos o risco de favelização e de uma construção urbana irregular além do passivo que já temos.

 O Polo Naval do Jacuí surge de uma iniciativa do governo do estado que quer retomar as hidrovias 

 

Acredita que Rio Grande pode virar uma Macaé, por exemplo?

  Pode, se não tivermos ações fortes, rápidas, planejadas e pensadas pro curto médio e longo prazo pensando o desenvolvimento da cidade pensando a expansão para a zona oeste e enxergando Rio Grande a partir do canal São Gonçalo, não só da península pra a zona oeste. Se não tiver essa visão corrermos o risco sim. Precisamos ter mais projetos Minha Casa, Minha Vida. Tiveram 22 projetos aprovados na região e 18 ficaram em Pelotas, isso é sinal que algumas coisas tem que ser corrigidas, nosso crescimento populacional é maior que o da cidade vizinha.

Qual a sua análise sobre a criação do  Polo Naval do Jacuí, em Charqueadas, região metropolitana de Porto Alegre?

Nós precisamos ter alternativa que nos de um período de construção habitacional, saneamento, mobilidade, planejar essa cidade para expansão inclusive para novas economias, como a eólica. O Polo Naval do Jacuí surge de uma iniciativa do governo do estado que quer retomar as hidrovias. Lá temos uma situação que a mão deobra está próxima, tem moradia com custos mais acessíveis. Digo que não assusta por pensar o desenvolvimentodo estado como um todo. Mas ao mesmo tempo entendo que a existência desse polo não pode fazer com que percamos que é necessário não sermos linha de montagem, que tenhamos valor agregado, conhecimento.

A entrevista na íntegra você confere na Revista Conexão Marítima Especial Feira do Polo Naval que irá circular durante os dias do evento, de 12 a 15 de março