Aéreas brasileiras retomam crescimento

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Companhias transportam mais de 90,6 milhões de passageiros em 2017 e fecham o ano com crescimento de 2,2% Companhias transportam mais de 90,6 milhões de passageiros em 2017 e fecham o ano com crescimento de 2,2%

Criatividade. Essa foi a palavra de ordem das companhias aéreas em 2017 para superar o período de crise e fechar o ano com índices positivos. Ao longo de todo o ano passado, as empresas investiram em novas rotas e serviços, garantindo o aquecimento do mercado. Segundo balanço divulgado em fevereiro pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), foram transportados 98,9 milhões de passageiros em voos domésticos e internacionais em 2017. 
 
O número representa uma alta de 2,93% em relação a 2016, quando foram transportados 96,1 milhões de passageiros. E o setor também começou o ano de 2018 com crescimento. Em janeiro, foram transportados 9,6 milhões de passageiros, o que representa uma alta de 3,3% em relação a janeiro de 2017. No mercado doméstico, os embarques cresceram 2,2% em 2017, passando de 88,6 milhões de passageiros para 90,6 milhões. A alta no mercado internacional ultrapassou os dois dígitos: 11,7%. De acordo com a agência, no ano passado, foram 8,3 milhões de passageiros transportados por empresas brasileiras em voos internacionais com origem ou destino no Brasil.
 
No ano de 2017, a demanda por voos domésticos acumulou alta de 3,2%, e a oferta, um crescimento acumulado de 1,4%. Com isso, a taxa de aproveitamento dos assentos das aeronaves nos voos domésticos foi de 81,5%, com variação positiva de 1,8% em relação ao mesmo período de 2016 e também foi um recorde anual, considerada a série histórica iniciada em 2000. De acordo com o diretor de vendas da Azul, Antonio Camara Americo, o crescimento da companhia em 2017 decorreu principalmente da aposta na melhoria dos serviços e realização de promoções. “Apostamos na oferta de serviços com mais qualidade e na introdução de novos aviões na frota, com preços competitivos. Assim, conseguimos aumentar as frequências para localidades consideradas importantes para a companhia e pudemos investir em novos destinos e mercados. Também voltamos a oferecer promoções”. Americo ainda destaca que a companhia passou a investir em outras formas de aquisição de passagens, como a compra por meio de agentes de viagens; pela internet; pelo programa Azul Viagens; pelo call center; e por meio do programa de vantagens.
 
Sobre as expectativas para 2018, Camara traça uma perspectiva de um cenário mais equilibrado e próspero. “Com o aumento da confiança dos empresários e a retomada do crescimento econômico, estamos otimistas e apostamos em um ano de crescimento para a aviação, tanto no segmento doméstico como no internacional”, conclui. Na participação do mercado doméstico, a Azul registrou alta de 4,5% em 2017, respondendo por 17,8%. A participação da Gol cresceu 0,5%, o que corresponde a 36,2% do total. A Avianca teve a maior alta: 12,8%. Isso fez com que a companhia assumisse uma fatia de 12,9% do mercado nacional de voos. A Latam foi a única que registrou queda na participação (-6,2%), mas, mesmo assim, a empresa ainda está na segunda colocação, com 32,6% da movimentação. Juntas, as quatro empresas respondem por 99,5% do mercado brasileiro de aviação.
 
Para o vice-presidente comercial de marketing e cargas da Avianca Brasil, Tarcisio Gargioni, o resultado positivo de 2017 se deve ao plano de negócios sustentável da companhia, que deve continuar sendo executado agora em 2018. “Competiremos nos destinos em que já operamos, oferecendo produto diferenciado e de qualidade, lançando novas rotas e aumentando frequências em destinos domésticos e internacionais. Trabalhamos continuamente no desenvolvimento e na entrega do melhor produto da aviação brasileira. A companhia tem os investimentos voltados para a qualidade dos produtos como uma de suas prioridades”, finaliza.
 
A Latam, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que, entre as medidas adotadas pela empresa em 2017, está o incremento da capilaridade de sua malha aérea a partir do fortalecimento dos hubs (centros de conexões) da companhia em Guarulhos e com o anúncio de novos voos no Brasil, a partir de março de 2018. Ao todo, são seis novas rotas domésticas e mais frequências em oito mercados nacionais. A companhia ainda ressalta que, com a iniciativa, a empresa teve uma ampliação de 17% do volume de operações no Aeroporto Internacional de Guarulhos e 7% no de Brasília. Além disso, a Latam também implementou seu programa de fidelidade, que oferece entre os benefícios acesso à sala VIP e upgrade de cabine. A partir do primeiro trimestre deste ano, a empresa irá oferecer o serviço de internet a bordo em seus voos no Brasil e, até o fim do primeiro semestre de 2019, será oferecido Wi-Fi a bordo dos voos que ligam o Brasil ao restante da América Latina.
 

Internacional

 
No mercado internacional, a tendência também é de alta. O mercado de voos internacionais realizados por companhias brasileiras atingiu, em dezembro de 2017, o 15º crescimento consecutivo na demanda e no volume de passageiros. No acumulado do ano, em comparação com igual período de 2016, a demanda internacional das empresas brasileiras cresceu 12%, e a oferta avançou 10,6%, maior nível para o período na série histórica iniciada em 2000. A taxa de aproveitamento de assentos nos voos internacionais cresceu 1,3% em 2017, na comparação com o ano anterior, atingindo o patamar de 84,8%, maior nível anual da série histórica iniciada em 2000.
 
O crescimento se deve, em grande parte, às ações das companhias que passaram a oferecer novos destinos em 2017. O vice-presidente da Avianca, Tarcisio Gargioni, conta que a companhia, mesmo em meio ao cenário econômico desfavorável dos últimos anos, expandiu sua oferta de rotas internacionais e iniciou operações regulares para as cidades de Miami e Nova York, nos Estados Unidos, e Santiago, no Chile. “Os resultados superaram nossas expectativas, com bons índices de ocupação. Em dezembro, começamos as operações em Nova York, pois identificamos uma demanda por clientes que viajam a lazer e a negócios para esse destino”. Ele ainda destaca que 2018 será um ano de transição para o Brasil, e a companhia espera continuar crescendo de forma constante. “Esperamos ver melhorias mais significativas e melhores resultados em 2019”, conclui.
 
Antonio Camara Americo, da Azul, salienta que em 2017 houve uma retomada da demanda para os voos internacionais e que a empresa criou novas rotas para atender o público. “Iniciamos em 2017 novas rotas nesse segmento, como foram os casos de Belo Horizonte/Buenos Aires, Recife/Orlando e Belém/Fort Lauderdale (cidade próxima a Miami). A qualidade dos nossos serviços, a conectividade da nossa malha e os preços competitivos, aliados a promoções, nos permitiram alcançar níveis satisfatórios de aproveitamento nessas rotas. Iremos crescer em mercados já atendidos e introduziremos ainda novas rotas internacionais”, conclui.
 
Diante do mercado aquecido em 2017, a Latam informou que prepara novas rotas para este ano. A empresa deve lançar em breve novas rotas, como São Paulo/Roma, São Paulo/Lisboa, São Paulo/Boston e Santiago/São Paulo/Tel Aviv, além de oferecer voos temporários de verão nas rotas Salvador/Buenos Aires e Florianópolis/Montevidéu e retomar a rota Brasília/Punta Cana. A Gol também foi procurada pela CNT Transporte Atual, mas, até o fechamento desta edição, não respondeu à reportagem. 

 

Cargas

 
O reaquecimento da economia refletiu também no transporte aéreo de cargas. No mercado internacional, o crescimento registrado em 2017 foi recorde: 23,4%. No total, as empresas brasileiras transportaram 226,7 mil toneladas em todo o ano passado. Somente no mês de dezembro, foram 23.232 toneladas, alta de 21,4% sobre dezembro de 2016.

No mercado doméstico, o crescimento foi de 1,8%, atingindo 426,1 mil toneladas. No mês de dezembro, o crescimento foi de 7,9%, quando comparado com dezembro de 2016. Essa foi a quinta alta consecutiva no setor. 
 
Carlos Teixeira

Agência CNT de Notícias