Adoção rápida de boas práticas pode concretizar metas do Acordo de Paris

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Segundo os pesquisadores, após 2030, mais medidas de mitigação serão necessárias para manter a meta ao alcance

Uma implementação rápida e global de boas práticas na redução de emissões de gases de efeito estufa pode ajudar a limitar o aquecimento global em 2º C, acima dos níveis pré-industriais, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris. Este é o principal resultado de um novo cenário de transição que, se implementado efetivamente, reduz em 2/3 a lacuna entre as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e um cenário de mínimo custo até 2030 compatível com uma meta que limite o aquecimento global a 2ºC até o final do século.

O artigo Global roll-out of comprehensive policy measures may aid in bridging emissions gap foi publicado nesta sexta-feira, 5 de novembro, pela Nature Communications, do grupo Nature, e teve entre seus coautores o professor Roberto Schaeffer e o doutorando Luiz Bernardo Baptista, ambos do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ.

“Em boa parte de nossos estudos anteriores nos focamos em cenários ótimos, de mínimo custo. Mas esses cenários dependem da adoção por cada agente da escolha mais racional, o que não acontece na prática. Assim, este “paper” é uma tentativa de capturar isso, que nem sempre as escolhas racionais são adotadas, e assim oferecer uma perspectiva mais realista e explorar, com modelos de avaliação integrada, cenários politicamente mais aceitáveis”, explica Schaeffer.

Segundo os pesquisadores, após 2030, mais medidas de mitigação serão necessárias para manter a meta ao alcance. Embora um amplo conjunto de boas práticas esteja presente neste cenário, elas ainda são insuficientes para colocar a comunidade internacional a caminho de limitar o aquecimento global em 1,5º C.

“São políticas implementadas em passado recente, que foram socialmente aceitáveis, e contribuíram para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Cada prática foi adequada por especialistas de cada região para sua realidade local e levada para o modelo integrado, no nosso caso, o Coffee, o modelo de avaliação integrada criado na Coppe”, complementa o professor da Coppe.