Ação rápida e eficaz da Praticagem de Santos evita danos ao Porto

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Fu Tong, de Hong Kong, que errou ao sair do fundeadouro, atropelou e retirou a bóia de referência do Canal

Manobra não exigia prático a bordo. Erro na saída de navio do fundeadouro sem prático a bordo prejudica tráfego no porto. O canal de navegação ficou interditado por cinco horas.

Sem o Prático a bordo a probabilidade de acidentes da navegação com navios e de prejuízos para o Porto aumenta exponencialmente. Foi o que aconteceu na tarde-noite de sábado (15) com o Fu Tong, de Hong Kong, que errou ao sair do fundeadouro, atropelou e retirou a bóia de referência do Canal e prejudicou o tráfego dos demais navios no porto. As operações ficaram suspensas por cinco horas.

Às 17h11 do sábado, o comandante do navio informou o Centro de Operações da Praticagem que a embarcação ia se deslocar do fundeadouro nº 2 para um dos fundeadouros externos. Pouco depois, ele entrou novamente em contato e comunicou que, ao empreender a navegação, o navio colidiu com a boia 1 do canal de acesso ao Porto de Santos, ficando com a sua máquina de propulsão inoperante.

O navio tentou fundear em emergência próximo ao canal de acesso no fundeadouro nº1 (destinado apenas a navios de guerra), porém continuou perigosamente em direção ao emissário submarino do Canal 1. O comandante e a Agência do navio solicitaram auxílio à Praticagem e às empresas de rebocadores. Imediatamente, a Praticagem enviou uma lancha com o prático a bordo para o local ao mesmo tempo em que comunicou a Capitania dos Portos sobre a ocorrência.

Naquele momento, o estado do mar era muito ruim (ondas de mais de 2,5 metros de altura) e o navio, sem máquina, estava com as duas âncoras n’água. A lancha da Praticagem chegou nas proximidades do navio às 18h10. Devido ao estado do mar, o prático não conseguiu embarcar no navio e passou a planejar as ações e a orientar, da própria lancha de Praticagem, o comandante do navio e os mestres dos rebocadores PICTOR e VELA que se apresentaram para o auxílio (vários cabos usados para o reboque partiram).

Somente às 22 horas, com auxílio de outros dois rebocadores, TELESCOPIUM e SCULPTOR, o navio foi finalmente removido do local crítico em que se encontrava, com risco de encalhe. A partir de orientações do prático a bordo da lancha e das informações passadas por outro prático que estava utilizando os recursos de comunicação e de navegação no Centro de Operações da Praticagem, o navio foi conduzido para um local mais seguro, com 12metros de profundidade, a meia milha do canal de navegação (través da bóia 2A) e a meia milha do emissário submarino, onde às 22h30 fundeou.

 O tráfego dos navios ficou interrompido das 18 às 23 horas. Como a boia 1 não foi recolocada em seu lugar até a tarde de segunda-feira, a Praticagem vem realizando a coordenação precisa das manobras no período em que a sinalização encontra-se deficiente, evitando maiores prejuízos ao porto e aos seus usuários. Inclusive, quatro navios de passageiros foram manobrados nessas circunstâncias, ao entrarem na manhã e ao saírem na tarde de domingo.