A última testemunha da Normandia

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O beijo da libertação', foto de 15 de agosto de 1944 em Saint-Briac-sul-Mer (França). / TONY VACCARO

Aos 21 anos, Tony Vaccaro (Greensburg, Estados Unidos, 1922) era um soldado de Infantaria do exército norte-americano na II Guerra Mundial, conflito do qual participou entre 1944 e 1945, desde a batalha da Normandia até a chegada dos aliados a Berlim, passando por Luxemburgo e Bélgica. Hoje, com 91 anos, é um tipo de Robert Capa que continua vivo para lembrar sua passagem por aqueles acontecimentos históricos.

Sua sensibilidade fotográfica surge a partir de um problema de idioma: “Com três anos, por um desejo de meus pais, vivi uns anos em Bonefro, província de Campobasso (Itália), o povoado de meus avôs”, explica. “Era incapaz de aprender italiano, mas isso foi o que me permitiu ler as expressões das pessoas que me rodeavam. Não precisava de palavras para perceber as caras de castigo e de afeição.”

Eram os anos trinta e na Itália governava Benito Mussolini: “Na escola ensinavam as doutrinas do fascismo.” Como não falava bem o italiano, havia um lugar no qual se refugiava: “A loja do meu tio Paolo, o barbeiro, foi onde cresci em todos os sentidos.”

       Quando matava no front, chorava como um menino