Os supernavios são realidade e no Brasil?

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A nova série de embarcações, em operação em portos europeus e asiáticos, que transportam mais de 18 mil contêineres em uma única viagem

As encomendas e entregas dos chamados ULCVs (Ultra Large Container Vessels) acima de 18.000 Teus têm merecido bastante atenção da mídia especializada, o é perfeitamente justificável uma vez que a demanda por embarcações maiores para economia de escala e o desafio de as introduzir num mercado que está em plena desaceleração estão, sem sombra de dúvida, entre os principais temas da indústria. No entanto, por mais que as atenções estejam voltadas para os meganavios, não se pode dizer que porta-contêineres de menor tamanho estejam em baixa no mercado.

Hoje em dia, há um número aproximado de 5.200 porta-contêineres navegando mundialmente, e a grande maioria (cerca de 85%) com capacidade abaixo dos 8 mil Teus. É claro que, conforme as barreiras físicas forem diminuindo, a média de tamanho dos navios continuará a subir, porém este é um processo gradativo e, até lá, os navios menores continuarão a ser requisitados em mercados de menor volume ou intrarregionais.

                               Evolução do tamanho dos porta-contêineres (em Teus)

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*dados até final de outubro de 2015. Fonte: Drewry Maritime Research

Navios acima de 8,000 Teus hoje já representam 41% da frota mundial, com cerca de 90% do volume de cargas em circulação (em Teus). A inversão dessa proporção entre maiores e menores vai depender da obsolescência dos navios menores em circulação, porém estima-se que ela ocorrerá em 2019. Porém como o sucateamento de navios menores diminuiu drasticamente neste ano, as previsões ainda terão alteração. Além disso, pela primeira vez desde 2012, as entregas de novos navios abaixo de 8 mil Teus irão exceder a quantidade de embarcações sucateadas. Nos últimos três anos, a taxa de renovação da frota do segmento abaixo de 8 mil Teus vinha sendo perto de zero (novas entregas somando 1,3 milhões de Teus, enquanto o sucateamento ficava por volta dos 11,5 milhões de Teus).

A diminuição do sucateamento, porém, não diminuiu a intenção dos armadores em continuar substituindo sua frota abaixo de 8 mil Teus por embarcações mais novas e com consumo mais inteligente de combustível. Até o final de outubro deste ano, as encomendas por navios desse porte já representavam 70% a mais do que o total registrado em 2014. O tamanho mais popular entre as encomendas de 2015 foi o das embarcações entre 1,000 e 1,999 Teus, e 2,000 a 2.999 Teus, que juntas somaram 29 unidades encomendadas. Entre os meganavios (19.000 a 19,999 Teus), houve 25 encomendas.
Novas encomendas de navios acima e abaixo de 8 mil Teus, em capacidade (2012 a 2015)

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Em abril de 2013 a Revista Conexão Marítima já abordava esse assunto, com o título “Estamos Prontos para os gigantes”?, reportagem especial assinada pelo repórter Mauro Pasin, questionava como estava a infraestrutura dos portos brasileiros para receber
a nova série de embarcações, em operação em portos europeus e asiáticos, que transportam mais de 18 m il contêineres em uma única viagem. Leia a reportagem.

200_266_revista_52a76d9b13aa3Com a queda no valor do aço, os preços dos navios também caíram, o que fez com que os valores investidos não se mostrassem tão expressivos quanto o aumento da capacidade das embarcações sub-8.000 Teus. Porém, mesmo assim, o valor investido no ano (USD 2,5 bilhões) é 39% superior aos montantes gastos com novas embarcações dessa categoria no ano passado. Claro que, sob a perspectiva dos meganavios, esse número é quase imperceptível, uma vez que as encomendas de navios acima de 8 mil Teu tiveram aumento de 80%, chegando à estimativa de USD 14,5 bilhões.

Para ter acesso ao relatório completo da Drewry Maritime, clique aqui